Por Luis Velasquez - Schiesari Lau
Para começar temos que lembrar que prêmio de seguro é o resultado da aplicação de uma taxa sobre a importância segurada.
Quando a sinistralidade média do mercado sobe ou quando isso acontece com um determinado veículo ou ainda, em uma determinada região a taxa também sobe, para que haja equilíbrio econômico. Esses ajustes são conhecidos e ocorrem o tempo todo, são dinâmicos, porque as áreas de precificação das seguradoras construíram algoritmos que analisam dia e noite o que vai acontecendo.
Nas ondas da pandemia, quando a maioria dos veículos estavam guardados em casa, a quantidade de sinistros caiu, mas a produção e as vendas de veículos novos sofreram baixas recorde, pelos motivos que todos conhecemos (acirramento da crise econômica na sociedade, crise logística tendo como consequência falta de peças importadas para as montadoras etc.).
Economia é a ciência que estuda a escassez. Quanto mais escasso forem, os produtos que têm demanda acabam por serem valorizados. Foi o que paulatinamente aconteceu tanto para veículos novos, quanto para os usados, mas os motivos da quase inacreditável elevação absurda do preço dos veículos têm outros fatores agravantes.
Na contratação de seguros de automóveis a determinação da importância segurada ocorre pela modalidade de contratação de Valor de Mercado Referenciado, que tem por base a Tabela FIPE, que é uma tabela de referência construída de forma dinâmica por meio de pesquisas de preços de veículos novos e usados.
Portanto, a importância segurada que é considerada para aplicação da taxa técnica do seguro advém da média ajustada do valor dos veículos no mercado, para cada uma das regiões.
Mas quem tem influência nos valores de mercado dos veículos?
Seria óbvio dizer que cada um de nós ao vendermos os nossos veículos, mas parando para pensar, como a nossa referência para vender sempre é a FIPE, acabamos perseguindo os preços médios que foram coletados pelo instituto de pesquisa, mas quase nunca conseguimos de fato atingir aquele valor.
Há muitos anos, a margem das montadoras e concessionárias na comercialização de veículos novos caiu muito. O valor dos veículos novos vem carregado de impostos como IPI e ICMS, que podem significar até 45% do valor final, o que afasta o consumidor, que não consegue (por mais que queira) pagar R$60 mil por um veículo popular.
De toda forma, os grandes adquirentes de veículos novos são as locadoras de veículos e os frotistas, que precisam renovar as suas frotas continuamente, em certos casos com variação nos impostos.
As locadoras, por exemplo, compram veículos novos com alguns descontos de impostos e ao final de um determinado tempo, podem vender esses mesmos veículos pelo valor de mercado, o que por si só já seria um excelente negócio, mas fica ainda melhor quando têm remuneração colateral pela oferta de financiamento aos novos adquirentes.
Vale lembrar que grande parte das frotas de empresas foram migrando e agora, ao invés de serem próprias, são alugadas.
No mercado de usados, supervalorizados neste momento, temos que compreender que há novos players no mercado, também interessados na indústria dos financiamentos, que adquirem veículos com até 10 anos de uso, que fazem inspeções rigorosas, compram e vendem veículos, determinando os preços de mercado, claro que, com margens pequenas, mas muito bem remunerados. Alguns até trabalham por consignação, com interesse apenas na intermediação e, obviamente, no financiamento.
Creio que já deu para entender que o preço do seguro vai sempre acompanhar o valor de mercado e que os motivos da alta de até 30% da FIPE para alguns veículos têm explicações lógicas, mas não muito óbvias.
Sabemos que os preços dos produtos e serviços tem aumentado nestes últimos meses, mas conte com a gente para encontrar o melhor custo-benefício do mercado, conte com a Schiesari Lau.
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Fonte: Sérgio Ricardo para CQCS
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